Alminha boa

Acordei e enchi o meu amor de beijos em homenagem ao seu lindo dia, que além do brilho de ser feito para seres tão especiais que enchem nossas vidas de alegria, ainda é abençoado por Nossa Senhora Aparecida.

Pois bem. Vieram os presentes, depois o almoço e as brincadeiras no parque que ele tanto gosta. Ele estava super empolgado, quando decidi ir ao banheiro e... 

...por engano abri uma das portas achando que não tinha ninguém. Fui logo me desculpando, quando ouvi uma vozinha infantil falando que não conseguia abrir o cinto. Ajudei-a a abrir, ouvi um educado agradecimento e me dirigi à única porta disponível. Quando estava concentrada no meu xixi, ela falou do outra lado:

- Você é uma mulher boa. Muito obrigada.

- Por nada, linda.

Ao sair, encontrei-a novamente com dificuldades em abotoar o cinto. Ajudei-a mais uma vez e ela começou a conversar:

- Mas não tem sabão, como eu posso higienizar minhas mãos se não tem sabão?

Achei tão engraçado seu comentário que concordei apenas rindo.

- Como é o seu nome todo?

Achei estranho ela perguntar meu nome completo. Será que queria colocar meu nome no livro de orações dela?

- Patrícia M.

- Só isso?

- Não, é Patrícia P. M.

- P.? Eu também sou P. Eu sou Amanda P. C. A.

- Que coincidênia, não é?

- Patrícia P. M, não é? Bom, eu já vou que meu pai está me esperando.

- Um beijo.

Ela saiu e eu vi meus olhos emocionados no espelho. Aquela menina linda, educada e políticamente correta me fez sentir especial com seu elogio puro e agradecido num momento em que as pessoas só pensam em agredir e ressaltar nossos defeitos. Realmente as crianças são presentes divinos. E olha só, no dia delas eu também ganhei presente. Quem agradece sou eu, Amanda. Obrigada!